O ALUNO E A CRUZADA DE TRÊS FORҪAS EDUCATIVAS

O ALUNO E A CRUZADA DE TRÊS FORҪAS EDUCATIVAS

•      ESCOLA

•      FAMÍLIA E

•      GRUPOS SOCIAIS

“ESCOLA”

O que será?

Edifício, alunos ou resume-se ao professor?

 

“A escola (do grego scholé, através do termo latino schola) é uma instituição concebida para o ensino de alunos sob a direcção de professores”

Para que fim se constrói uma escola por que se equipa e se investe em meios humanos, materiais e financeiros?

Em que pode residir a diferença duma escola da outra? Será no modelo e complexidade das instalações, ou mesmo no tipo de equipamento e de material didáctico existente ou, então, na capacidade financeira?

A missão da Escola é promover a Educação sendo um “acto de
educar e tentativa sempre renovada de encontro com o sentido
da vida”. Cabral, Ruben de Freitas (1999), O Novo Voo de Ícaro- Discursos sobre Educação. Lisboa, ESE João de Deus.
As palavras de Cabral, pressupõem, a necessidade de não só nos preocuparmos com o saber educar, mas, também, com o saber como se educa numa perspectiva de desenvolvimento contínuo.

“O educador distinguirá ensino, instrução e educação. Educar significa fazer desabrochar, desenvolver, fazer crescer. Instruir significa forrar, encher de alguma coisa. (Posso ser instruído e não educado, o computador é instruído)! Ensinar significa sinalizar, saber responder aos sinais (por isso, os animais, também, se ensinam). Certamente, são precisas estas três acções: que se comuniquem conteúdos; que se aprenda a corresponder aos estímulos; que se promovam e desenvolvam talentos... tudo isto entrará na pedagogia.”
Magalhães, Vasco Pinto(2000). O Olhar e o Ver. Coimbra, Edições Tenacitas

QUE ELEMENTOS PODEM CONSTITUIR A DIFERENҪA ENTRE ESCOLAS?

1. Currículo
2. Programas
3. Professores
4. Alunos

Ou seja,
O currículo e programas do ensino em vigor nessa escola.
O aluno como matéria-prima, objecto e objectivo do processo do ensino e aprendizagem, portanto, o centro do processo (por isso falar-se, hoje, de “ensino centrado no aluno”)
O professor como moderador, facilitador, elemento que articula com todos os intervenientes deste complexo processo, em todas as dimensões.

“É DE PEQUENO QUE SE TORCE O PEPINO,” diz o adágio popular.

“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. Provérbios 22:6

EDUCAҪᾹO E INSTRUҪᾹO – DUAS FACES DA MESMA MOEDA


De que instrumentos principais e fundamentais a escola se deve munir para a condução deste processo?

A ESCOLA É UMA INSTITUIҪᾹO ORGANIZADA, ESTRUTURADA, QUE FUNCIONA NA BASE, NÃO SÓ, DE PROGRAMAS DO ENSINO, COMO TAMBÉM, DE NORMAS E LEGISLAҪᾹO PRÓPRIA. 

Estes instrumentos visam regular e propiciar um ambiente favorável à aquisição e desenvolvimento do saber, saber ser, saber estar e saber viver junto com os outros

DESAFIOS

Alunos com comportamentos indesejáveis.

Convém recordar, aqui, algum pensamento de um Pedagogo que chama atenção aos professores, dizendo – “Vale mais evitar o erro do que corrigi-lo”.  Concordando claramente com ele, é de se julgar que todas as forças educativas deviam agir nesse sentido, pois, a escola, de princípio, devia estar municiada de todos os meios necessários para evitar as prováveis ocorrências de erros.

E SE ELES (erros) ACONTECEREM?

Recorre-se a meios educativos de carácter pedagógico ou a outros dispositivos legais apropriados que estejam em consonância com a infracção cometida.
Tudo deve ser feito dentro do espírito do Artigo 46 do Regulamento Geral do Ensino Básico (REGEB) que diz, “ A principal finalidade da sanção é para além da repreensão, a educação do aluno para uma adesão voluntária e consciente à disciplina, bem como para o seu engajamento no esforço colectivo e da melhoria da eficácia escolar.”

REFLEXÕES

Hoje, a escola, apesar de toda abordagem, na prática é desafiada por muitas e variadas forças, incluindo a família que é tida como a base e principal força educativa da pessoa, a partir da tenra idade. É em face a estes desafios que a escola precisa agir de forma prudente e reflexiva, pois, há exemplos em que a psicologia aponta motivos que causam comportamentos indesejáveis reflexos da actuação, diferenciada, das famílias. Eis alguns extractos:

1 – Pai que dá ao filho tudo que ele pede

A criança crescerá pensando que tem direito a tudo que desejar:

2 – Pais que riem quando o filho fala palavrões:

A criança crescerá pensando que o desrespeito é normal e engraçado.

3 – Pais que não repreendem os filhos por mau comportamento:

A criança crescerá pensando que não existem regras na sociedade.

4 – Pais que limpam qualquer bagunça do filho:

A criança crescerá pensando que os outros podem assumir suas responsabilidades:

5 – Pais que deixam de assistir TV porque o filho grita quando tira do desenho:

Crescerá pensando que não há diferenças entre adulto e criança:

6 – Pais que deixam que os filhos ouçam músicas que vulgarizam estimulem falta de respeito pela mulher:

7 – Pais que dão aos filhos dinheiro a hora que querem:

Crescerão pensando que dinheiro é fácil de se ter e não hesitarão em fazer desmandos quando não conseguem:

8 – Pais que se colocam sempre a favor do filho, independentemente de estar certo ou errado:

Crescerá acreditando que os outros o perseguem quando for contrariado.   

Apesar das diferenças nos princípios e na forma como cada força educativa actua, a sociedade continua a reconhecer, profundamente, o grande papel que escola exerce na formação do Homem em todos os aspectos e está ciente de que ela é, até aqui, insubstituível. Pois, a escola é uma das principais forças, se não a única, que é concebida, construída e equipada com meios materiais e humanos, exclusivamente, para educar e instruir o Homem. E é por essa razão que até hoje, a sociedade reconhece, aceita e procura a escola como uma das principais forças educativas, independentemente, da origem ou de qualquer tipo de condição social.

ENTᾹO, COM QUE ESPECTATIVA OS PAI CONTINUAM A MANDAR SEUS FILHOS A ESCOLA?

FACE A ESTA CONFIANҪA QUE RESPOSTA A ESCOLA É CHAMADA A DAR AOS PAIS, ISTO É, À SOCIEDADE EM GERAL?

E se é profissional da Educação, pense na sua contraparte neste processo desafiante. 

Gediāo João Jamo

1. Licenciado em Planificarção, Administração e Gestão  Escolar,  pela  - UP
2. Bacharel em Ciências da Educação, pela Escola Superior de Educação em Setúbal
3. •      Entre outras funções já foi Director Provincial de Educação e Cultura da Cidade de Maputo.